A migração gradual da categoria iria acontecer logo. Assim que as grandes marcas, encabeçadas pelos departamentos de marketing e comunicação organizacional tiveram a sacada, e perceberam o enorme poder de persuasão, o marketing de conteúdo toma espaço na comunicação empresarial. Uma influência, inclusive mundial, e o Brasil vem dando bons exemplos no que diz respeito à geração de conteúdo de qualidade.
O público já não é mais o mesmo. A internet revolucionou. Trouxe conhecimento, acesso a informações antes dificilmente alcançadas. Atualmente, o simples clique em busca de palavras-chave no Google abre as portas para o infinito mundo do conhecimento – que até coloco à prova muitos conteúdos hoje disponíveis, mas isso é assunto para outra postagem.
Pois bem, mas afinal o que é esse tal engajamento que necessita tanto de profissionais habilitados na escrita e na construção de histórias embasadas em pesquisas? Não é nada tão além que o bom jornalista de redação já sabe fazer. Mas ele precisa de algo mais, precisa estar bem conectado e aprofundado nas informações do mundo da comunicação, conhecer muito bem de linguagem estratégica e público-alvo, e algo importante: deixar de lado preconceitos relacionados ao mundo dos negócios. Faço um adendo: hoje muitas redações nada mais são que profissionais da comunicação trabalhando para e a favor de interesses comerciais e de negócios. Mais um assunto bem polêmico para outra pauta, que também envolve divergências em relação ao trabalho do assessor de imprensa.
Voltando aqui: a migração de muitos profissionais jornalistas para área da Geração de Conteúdo empresarial tem crescido pouco a pouco – apesar da crise econômica – e esperamos que em breve esse número seja mais expressivo. E esses profissionais formados em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo têm feito a diferença nas agências de comunicação por onde têm passado, ou através dos trabalhos home office. Bons exemplos de marketing de conteúdo, com a influência do trabalho do jornalista podem ser pesquisados e vistos na internet.
E aproveito para elogiar e enaltecer os colegas de profissão: qual categoria poderia melhor entender os anseios do público, ter a eficiência na produção rápida de conteúdo – por causa da experiência diária no hard news – escrever um texto com qualidade, relevância, e ainda saber os caminhos de buscas de fontes, e conhecimento de prestação de serviço para engajar o público leitor? É, colegas jornalistas, torço para que o nosso mercado cresça cada vez mais e possamos encontrar novas opções para a nossa difícil e tão bela profissão. Não esquecendo aqui das importantes parcerias com os também colegas publicitários, designers gráficos, profissionais da imagem (fotógrafos e cinegrafistas), web designers e todas as habilitações nas áreas da comunicação social. Parceria de trabalho, junção de ideias e estratégias, sem contar o poder de criação de cada área mencionada: tudo isso só agrega valor.
O marketing de conteúdo expande cada vez mais no mercado da comunicação e alcança públicos em potencial. A missão do comunicador dessa área é gerar valor para as pessoas, criar uma percepção positiva da marca, e como consequência, propiciar novos negócios. E sempre lembrando da ética, que caminha lado a lado, afinal, o jornalismo impera em nossas veias. E então, quem mais vai se juntar nessa?
Gabriela Dias – diretora de Planejamento e Conteúdo (Get Comunicações)